26 de mai. de 2014

COLUNA DO PROF. MACIEL: Ver.. Escrever...Ser

A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira  e,enquanto  se passa  tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar  que não foi propriamente dita”. Mário Quintana
O dicionário oferece sinônimos e significados das palavras,  o que oferece risco (perigo?) de levar uma pessoa a ter mais dúvidas que há pouco não tinha, interrogações emergidas daquela consulta, diante de uma palavra com os seus muitos equivalentes.
Qualquer texto pode ter armadilhas, colocadas pelo próprio escritor. Elas aparecem do nada ou do quase nada para apanhar quem lê, atento ou distraído. E se não existe na intenção e no conteúdo do texto, a armadilha surge a partir do leitor, desconfiado ou com a certeza sobre quem escreveu, “ele quer me pegar”.     
"O que o autor quis dizer?” A conhecida afirmação poderá conter uma crítica preliminar injusta, afinal, o escritor poderá ter dito, o “quis” é um eufemismo empregado por quem não entendeu e não assume não ter compreendido. “Eu não entendi o que ele escreveu”, não deixa de ser a transferência da responsabilidade, quando alguém não entende uma mensagem quer transferir automaticamente a culpa ao mensageiro, é ele quem tem que se virar para fazer com que o recebedor da mensagem entenda. Será?
Evidentemente que não tem uma escala, mas existem muitas palavras e significados, além do sentido a ser empregado conforme o conteúdo em que elas serão inseridas, que podem apontar o desconhecimento médio, elevado ou pouco de um leitor.
Todo mundo sabe o significado da palavra casa. E o significado da citada palavra ficará claro quando no contexto do texto. Uma antiga propaganda, “quem casa quer casa” é um exemplo ilustrativo. E as palavras se casam envolvendo sentimentos, sentidos, sinônimos, textos e contextos. E as palavras não apenas se casam, elas se separam, quando se descasam.   
Casar as palavras entre elas, a produção do texto faz de quem escreve o mestre da cerimônia do casamento, a celebração que reúne sinônimos, significados, sentidos, antônimos, tornando o dicionário invariavelmente o altar do encontro. Curiosamente, “juras eternas” não valem sempre, o tempo, a cultura tudo se encarrega de transformar o conteúdo das palavras que ganham e perdem sentidos no envolver do tempo, língua e vocabulário que criam, recriam todas elas, enterrando-as ou fazendo renascer.
Caso uma palavra não case com outra, é o escritor ou o acaso levando-nos a ter todas as palavras sem compreendê-las, ou não dispor de nenhuma e entendê-las todas elas.  
Fases de Fazer Frases (I)
Saber guardar um segredo é esquecer onde ele foi guardado.
Fases de Fazer Frases (II)
Não sentir saudade é não ter falta, e a falta de saudade é o não sentir.
Fases de Fazer Frases (III)
O mentiroso costuma desconfiar quando todos facilmente acreditam nele.
Fases de Fazer Frases (IV)
Cabe acentuar ou não: o revólver faz revolver qualquer um.
Fases de Fazer Frases (V)
A pausa do silêncio não é surda.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Será pouco o tempo necessário para Campo Mourão atingir 60 mil veículos. Números precisos atuais informam, são 57 mil,736 veículos, segundo informou a Coluna do Ely, na última quinta. É preciso salientar, o crescimento prossegue no número de veículos, enquanto que as vias públicas sofreram pouquíssimas alterações para trafegabilidade. Vagas de estacionamento, congestionamento e uma parcela dos condutores que não respeitam o trânsito são fatores presentes cotidianamente, a carecer uma urgente intervenção na chamada mobilidade urbana. 
Somada ao volume de veículos em circulação, é a quantidade de carros das cidades circunvizinhas, ambulâncias, ônibus e vans (transporte escolar) integram o cenário urbano. 
Reminiscências em Preto e Branco
É pouco 16 anos? Se o tempo for de uma guerra sangrenta, evidentemente é muito. Masé nada, se comparado com mais 100 anos. França e Inglaterra travaram um longo embate bélico conhecido na História como a Guerra dos cem anos. Na verdade durou 116 anos (1337 a 1453).
José Eugênio Maciel, professor, sociólogo, advogado, membroda Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.

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