23 de set. de 2013

ENTREVISTA DE DOMINGO: Joãozinho Batista, a lenda do rádio

O homenageado deste mês na ENTREVISTA DE DOMINGO é um personagem que poucos conhecem, mas já ouviram falar. Ele está há 45 anos no meio radiofônico, é um dos ícones do rádio paranaense e brasileiro, e conhece como ninguém a história e a evolução do rádio – este veículo indispensável no dia a dia dos brasileiros. Ele é João Batista Ferreira, o “Joãozinho Batista” da Rádio Colméia.
Perguntado sobre a evolução no rádio, ele direto diz que “evolui e vai evoluir muito, mas antes o sonoplasta era mais exigido e criativo. Antes era outra tecnologia com cartucho, rolo, gravadora de disco com rotação 33, 45, 78, essas coisas que só os mais antigos de rádio sabem. Ser operador não era nada fácil, tinha que ser esperto, dinâmico, ficar ligado, mas hoje é muito fácil, porém os profissionais de hoje não são tão bons como os de antigamente.” Conheça um pouco da história deste iratiense  que está em Campo Mourão há 27 anos, na ENTREVISTA DE DOMINGO. 
QUEM É JOÃOZINHO BATISTA? Sou uma pessoa simples, calma, feliz, de bem como a vida que respeita todos. Gosto de dar atenção as pessoas, sou divorciado, pai de cinco filhos Aldren, Regis, Rafael, Leila e Taís. Sempre vivi no rádio e pelo rádio, por isso fico feliz quando ouço o Gerson Maciel me chamar de “lenda viva” do rádio paranaense. Acompanhei a evolução que o rádio teve nessas quatro décadas e sou feliz em Campo Mourão.
ONDE E COMO FOI SUA INFÂNCIA?
 Foi em Iraty, onde nasci. Lá  jogava futebol, brincava de betes, nadava, ping-pong, mas o que gostava mesmo era jogar bola, tinha velocidade e habilidade, corria muito. Joguei no Benfica, CPA, DMSA, entre outras.
Imagem do estádio Emilio Gomes e de Nossa Senhora das Graças, padroeira de Iraty, no Centro-Sul do Paraná.

COMO COMEÇOU NO RÁDIO? Sempre ouvi rádio, mas nunca pensei em trabalhar nele. Ia assistir programas de auditório porque sempre gostei de música. Mas o “culpado” foi  meu cunhado Paulistinha, em Iraty, que era locutor e músico, e como morava junto com ele, um dia me chamou para fazer teste. Mas ele tinha dúvidas se daria certo. Pensava: “esse menino aí, calmo, tranqüilo, não sei não...”. Fui fazer o teste num dia e no outro já fiquei sozinho, e daí não sai mais.
E A SUA CARREIRA NA RÁDIO? Então, comecei em 21 de junho de  68, tinha 18 anos, iniciei na Rádio Difusora Cultural Iratiense onde fiquei nove  anos, depois passei alguns meses na rádio Alvorada no Município de Rebouças que entrava em operação, voltei para Iraty e fui para outros quatro meses na Rádio Ubá em Ivaiporã, depois retornei para a rádio Najuá em 1977 de onde só sai para vir a Campo Mourão em 1986. E aqui estou há 27 anos, tive convite para sair e ir em outras emissoras, mas gosto da Rádio Colméia e nunca saí.
É VERDADE QUE VOCÊ CONHECEU SUA ESPOSA NA RÁDIO? É, conheci a Elizabete Antunes Ferreira na rádio Najuá que era locutora, nos conhecemos e casamos, e chegamos a morar na própria rádio durante um tempo, só depois é que fomos para uma casa do meu sogro. 
DESDE QUANDO EM CM? Desde 1986 e o culpado é o “Formigão” – radialista Antonio Miguel (na imagem entrevistando o professor Itamar Tagliari)- foi ele que me indicou para a Colméia, vim falar com o Luisinho Ferreira Lima que era o gerente na época, fiquei uma semana na cidade e parecia que já estava aqui há muitos anos.
As pessoas pensavam que eu tinha nascido em Campo Mourão porque sabia de muitas coisas, locais, ruas, endereços. E me achavam parecido com a família do Adinor Cordeiro (foto), pois era muito amigo do Ely Cordeiro. 
JOÃOZINHO, MUITA EVOLUÇÃO NESSES ANOS TODOS NO RÁDIO? Sem dúvidas, evolui e vai evoluir muito, mas antes o sonoplasta era mais exigido e criativo. Antes era outra tecnologia com cartucho, rolo, gravadora de disco com rotação 33, 45, 78, essas coisas que só os mais antigos de rádio sabem. Ser operador não era nada fácil, tinha que ser esperto, dinâmico, ficar ligado, mas hoje é muito fácil, porém os profissionais de hoje não são tão bons como os de antes.  
ONDE ESTUDOU? Fiz somente o primário, fiz o ginásio e parei, mas o que aprendi na vida aprendi no rádio e olha que nesses 45 anos aprendi e vi muitas coisas.
QUAL O MELHOR RADIALISTA COM QUEM JÁ TRABALHOU? O Antonio Kienen (foto), dono de uma voz forte, bonita e agradável, tinha dinamismo e fazia programas que tinha cultura. As pessoas aprendiam muito, sempre pensei que os programas de rádio têm que ter aproveitamento, por exemplo, eu ouço o Tocando de Primeira que é um programa que está há 20 anos no ar, é eclético, inteligente e o público é grande e ouve porque sempre tem coisas novas, interessantes. Conheça a história de Antonio Kienen acessando
http://ilivaldoduarte.blogspot.com.br/2013/09/antonio-kienem-um-icone-do-radio.html
QUEM SÃO RADIALISTAS DESTAQUES COM QUEM TRABALHOU?  O Anísio Morais (foto) e o Ely Rodrigues em Campo Mourão, e os de ontem em Iraty – Téo Duarte, que trabalhou até na Tupi do Rio de Janeiro, Ivan Carlos e Luiz Fernando.
E NARRADORES ESPORTIVOS? Chico Natal (foto, na época atuando na Rádio Humaitá), Sandro Santos e Doniseti Melo, com criatividade, dinamismo e inteligência. O técnico de som, sonoplasta tem que acompanhar o narrador, pois tem muitos deles que  pensam que o sonoplasta tem que fazer milagre. Tem narrador que dá gosto de trabalhar, mas tem outros....
QUAL O GOL MAIS BONITO DO RÁDIO? Doniseti Melo, gol bonito e limpo, criativo, era tão bom trabalhar com ele que lembro da uma jogo da seleção brasileira que soltei a vinheta do gol alguns segundos antes porque ele narrava em cima e eu sabia que sairia gol. E não deu outra, foi gol.
Na imagem acima: Doniseti Melo, Dirceu Ferrari, Toni José e Joãozinho Batista. 
E A BOCA DO TÚNEL NO FINAL DA DÉCADA DE 80 E INÍCIO DE 90?Foi show de bola, era um programa na Colméia líder de audiência, antes dos jogos do Sport Club Campo Mourão 
aquecia a galera, tinha gente que ia almoçar com o radinho ligado na Colméia aguardando o Na Boca do Túnel e só desligava o rádio quando o Doniseti e o Gerson davam tchau.  Era um programa muito legal, produzido, inesquecível. O Gerson Maciel era o âncora e tinha o “Craque e a música”, “A voz do torcedor”, o “repórter da galera”. Foi um tempo nostálgico na história do rádio não de Campo Mourão, mas do Paraná e do Brasil. Era pré-jornada de rádio grande, da Capital.
Imagem abaixo: em pé - Ilivaldo, França Nery, Joãozinho Batista, Gerson Maciel e Idevalci Maia; agachados - João Nereu, Silfredo Colombo e Donizeti Melo.  
QUEM SÃO MOURÃOENSES EXEMPLOS NA COMUNIDADE? Hosana Tezelli, Cida Freitas e Delordes Daleffe. 
Hosana, admirada por sua criatividade, simpatia e simplicidade; 

A Cida por ser poetisa e professora de talento,
e o seo Delordes por ser um empresário de sucesso, com uma vida e exemplos simples que podem ser seguidos. Ele foi meu patrão e lembro que nunca esquecia dos funcionários, e sempre foi desse jeito – calmo, inteligente e correto-.

CITE TRÊS PERSONALIDADES ESPORTIVAS DE CAMPO MOURÃO? O canhoto Vininho, Gilmar Fuzeto e Luisinho Ferreira Lima.

CITE PERSONALIDADE MOURÃOENSE? O Dr. Aroldo Gallassini, presidente da Coamo, que desde os tempos em que eu estava em Iraty, o presidente da cooperativa 
de lá já falava da 
admiração pelo presidente da Coamo, com administração e honestidade.  
Muita gente de fora 
conhece a nossa 
cidade pela Coamo, sua história e resultados.
VAPT-VUPT
ÉTICA.... fazer sempre da melhor maneira tudo o que estiver ao seu alcance.
A POLÍTICA É... uma necessidade, todos somos políticos por natureza.
CAMPO MOURÃO DO PRESENTE É ...uma cidade gostosa de viver, cresceu bem, mudou muito. É uma cidade que quando cheguei com uma semana já parecia que estava aqui há muitos e muitos anos.
QUAL É O SEU TIME? Coriitba. Passei a ser coxa-branca lendo o jornal Gazeta do Povo, pois a diretora pegava o jornal e me dava a página de esportes. Tempos áureos do Coritiba com Jairo, Aladim e Cia. 


E o título de Campeão Brasileiro no Maracanã em 1985 na decisão por penâltis contra o Bangu foi demais, inesquecível. Aqui em campo Mourão já ganhei seis camisas do Coritiba, ganhei mais aqui do que lá em Iraty.
A CAMPO MOURÃO DO FUTURO SERÁ...tem tudo para ser bem melhor.
GOVERNO REGINA DUBAY.... está mais ou menos, não deu ainda para tirar  uma conclusão do seu governo. Se ela fizer e cuidar terá cumprido suas promessas.
GOVERNO BETO RICHA... conheci muito o seu pai (José Richa), mas estou achando um bom governo.
Na imagem, governador José Richa com o prefeito José Pochapski e o bispo diocesano Dom Vírgilio de Pauli.
GOVERNO DILMA... Mais ou menos, ainda não disse a que veio. 
SAUDADE? Do tempo que eu jogada futebol, no meu tempo de Iraty, e modéstia à parte era um atacante bom de bola, com visão e  sabia o que fazer com a bola.
SONHO  - Meu sonho? Um dia montar um estúdio em casa tipo um “museu” com exposição de objetos que rádio. Tem muita gente que não sabe que certos equipamentos um dia foram “vedetes” nas rádios.
COMIDA... ovo frito, este não pode falta junto com arroz e feijão, mas gosto de buchada.
MÚSICA... Romântica é o “Tema de Lara”, 
http://www.youtube.com/watch?v=OHl8Z4t8cwM
mas acreditem, gosto mesmo de ouvir o Hino da Independência.
http://www.youtube.com/watch?v=ueHEhpEhIhY
RELIGIÃO.. Católica.
UM FATO INESQUECÍVEL... um gol que fiz pelo time do Benfica, em Iraty, foi mais bonito que o gol feito pelo Everaldo na seleção brasileira.
UM FATO MARCANTE...  O falecimento da minha mãe. Após um jogo que ganhamos, estava festejando quando um amigo meu chegou e me deu a noticia.
O FUTURO DO RÁDIO.... vai continuar, difícil acabar, pois ele não perde o encanto jamais.
QUAL PERGUNTA GOSTARIA DE TER RESPONDIDO QUE NÃO LHE FOI PERGUNTADO NESTA ENTREVISTA  DE DOMINGO? VOCÊ JÁ TRABALHOU EM TV? Não, nunca. Nunca entrei em um estúdio de televisão, nem aqui em Campo Mourão, minha paixão sempre foi o rádio.
QUAL  SENTIMENTO DE RECEBER ESTA HOMENAGEM? É gratificante, oportunidade de contar em algumas linhas um pouco da minha história. As pessoas me perguntam como foi, quando comecei, essas coisas. Com essa entrevista, ajuda a contar a minha simples história de vida.
QUAL O SEU RECADO AOS LEITORES DESSA ENTREVISTA DE DOMINGO? Seja simples e humilde, continuem ouvindo rádio e valorizando radialistas e programas, porque o rádio é o companheiro do dia a dia, 24 horas por dia, ele nos acompanha no carro, em casa, no tanque, na cozinha, onde você for o rádio pode acompanhar você.

3 comentários:

  1. Bela entrevista com o nosso estimado "JB". Lembro-me quando estávamos gravando no estúdio da Colmeia (1998), o CD "Eis que Vos Anuncio um Boa Nova". O Donizeti Melo narrava um trecho do Evangelho que dizia: "... e parte da semente caiu em terra boa ...". E o Joãozinho me disse: "Então a semente caiu aqui pertinho, em Terra Boa".

    Parabéns Ilivaldo, por nos proporcionar esta oportunidade de conhecermos mais sobre os fatos da vida do querido amigo Joãozinho Batista, o "JB".

    Agnaldo Feitoza

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  2. ESSA ENTREVISTA QUE FOI FEITA PELO COMPANHEIRO ILIVALDO DUARTE,FOI A MAIS IMPORTANTE DE MINHA CARREIRA NO RADIO,FALEI TUDO DE MINHA PROFISSÃO DE RADIALISTA

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  3. FOI A ENTREVISTA MAIS IMPORTANTE QUE DEI A UM JORNALISTA,RADIALISTA NO SEU BLOG DE MUITA CREDIBILIDADE ILIVALDO DUARTE



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