19 de nov. de 2012

JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: MIL VEZES, SEMPRE DE PRIMEIRA


“Sentimento vem de dentro.
A emoção, do coração.
Sabedoria e harmonia, é isso que peço todo dia.
Num cantinho me apresentei e com emoção fiquei.
Com medinho também, mas depois ficou tudo bem.
Com segurança fiquei.
Emoção - Danielly Cristina Oliveira Rodrigues
Danielly, autora do poema transcrito acima (e na foto, ao lado da mãe, com sua obra prima) desde menininha escreve versos e tem arraigado o hábito da leitura. Aos quinze tinha reunido as suas poesias, seria apenas uma coletânea, quem sabe a ficar guardada, lida esta ou aquela na Escola Municipal Florestan Fernandes ou no Colégio Estadual Marechal Rondon onde estudou e estuda respectivamente. Mas não. A inspiração, doçura, lirismo intimista dos versos se transformaram em um livro, realização de um sonho que a menina tanto acalantava e sabia que um dia chegaria para ser coloridamente verdadeiro.
Mas como uma menina de origem humilde, criada pela mãe, uma incansável trabalhadora, digna e orgulhosa da filha adorada, poderia ter publicado um livro? Como?
O Como? tem a ver com Tocando de Primeira, Programa levado ao ar pela Emissora Rádio Difusora Colmeia de Campo Mourão, que chegou a sensacional marca de mil edições, comemorados neste sábado dia17, comandado brilhantemente por Ilivaldo Duarte.
Jornalista, advogado, funcionário da Coamo Agroindustrial e membro da Academia Mourãoense de Letras, já pude, neste espaço, falar da importância do trabalho magnífico que realiza no radiojornalismo da nossa cidade e região. Hoje, porém, julgo mais importante dar o testemunho, ao mencionar a poetisa Danielly e o que fez o Ilivaldo por ela, mais do que apenas para ela e a mãe, mas para a cultura das letras. O Ilivaldo foi decisivo para a publicação do primeiro livro da adolescente Danielly, com a influência, entusiasmo que tem, Ilivaldo conseguiu patrocínio e fez o sonho lindo de uma menina ser uma poesia concreta, no papel impresso. Ilivaldo, um apaixonado pelo esporte, faz do seu programa algo sempre mais do que o desporto, registra, noticia, entrevista, enaltece, dá espaço, promove a nossa gente, aqueles que realizam atividades notáveis na edificação do progresso humano.
Possuidor de um carisma singular, recentemente Ilivaldo fez questão de me entregar um exemplar do referido livro, daquela menininha, a mesma que em 2007, no Tocando de Primeira nº 750, ambos me homenageavam, fato inesquecível por mim, não pela deferência que recebi, mas por eles, uma de todas as mil edições, marca somente alcançada por quem sabe e é determinado ao sucesso que agora merecidamente nos congratulamos.
Fases de Fazer Frases (I)
Nada é mais sombrio do que viver se sentido morto.
Fases de Fazer Frases (II)
A memória está no baú não encontrado, mas que existe.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
“Nota 0 para o corte indiscriminado de árvores sem qualquer critério e feito por proprietários na calada da noite”, escreveu a prestigiada colunista desta Tribuna Sibelle Menim, última sexta. No Jornal O Liberal (Tristeza da Foto), edição recente, também condenando o corte das árvores em Campo Mourão, a matéria qualifica “um verdadeiro assassinato à natureza”. No Sítio Boca Santa, sempre que oportuno o tema é abordado com textos e fotos sobre a derrubada das árvores, chegando a mostrar uma rua, bem próxima à prefeitura, “pelada” de verde. O arguto crítico Fraterno Maria Nunes é outro que põe a boca no trombone e, câmera em punho, registrou as árvores arrancadas nas calçadas do tradicional Colégio Santa Cruz.
Protestos, denúncias, reclamações, lamentações não faltam. E daí? Na calada da noite ou em plena luz do dia com a certeza que não serão incomodados, Campo Mourão vê desfigurar-se uma cidade inteira. Quem está ganhando com a madeira dos troncos? Cidade sem árvores, cada vez mais, sem lei, cada vez mais.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Pelo menos até sexta-feira passada, pouco mais do meio dia, a grama já tinha se tornado matagal no Terminal Rodoviário de Campo Mourão. Sem dúvida uma péssima impressão para todo o passageiro ao desembarcar ante ao estado de abandono do paisagismo. A empresa que explora o mencionado Terminal relaxou como jamais se via. Faltou tempo para afiar as lâminas de corte e colocá-las em uso?
Reminiscências em Preto e Branco
O mesmo relógio que coloca ordem no tempo torna artificial o escoar das horas, desapontando com os ponteiros a naturalidade do que se sentia, sem ver passar: o tempo.
José Eugênio Maciel, professor, advogado, sociólogo e membro da Academia Mourãoense de Letras.

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