27 de ago. de 2012

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Companheiros unidos jamais serão punidos!


Com grande tristeza vejo que, para absolver o COMPANHEIRO João Paulo Cunha, o COMPANHEIRO ministro Ricardo Lewandowski transformou o COMPANHEIRO Delúbio Soares, O TESOUREIRO DO PT em uma testemunha crível e Marcos Valério em mero coadjuvante sustentando que os R$ 50 mil que foram ao bolso de João Paulo nada tiveram a ver com o contrato de R$ 10 milhões que a SMP&B que Valério conseguiu na Câmara sob a presidência companheira do réu petista. O ministro aceitou como verdadeira a tese segundo a qual o dinheiro sacado no guichê do Banco Rural pela mulher do petista custeou pesquisa pré-eleitoral feita em Osasco, cidade do réu. Foi apenas “dinheiro não contabilizado”, “caixa dois”...
Revivo minha (e nossa) memória relendo o que escrevi em 09 de novembro de 2005, início das denúncias do mensalão: ”ROUBO? NÃO. É CAIXA DOIS...
Passado o susto e o choro das primeiras denúncias, começou uma campanha no país para nos fazer acreditar que caixa dois é uma irregularidade pequena, inofensiva, comum, que todo mundo faz e que, portanto não merece punição. Desde a mal fadada entrevista que o presidente Lula deu em Paris dizendo que o caixa dois do PT era algo “que é feito no Brasil sistematicamente” muitos outros seguiram a mesma linha, admitindo o seu uso “inocente” em campanha política. O próprio vice-presidente que afirmou que a punição pelo crime levaria à cassação de “todo mundo”. Para o presidente do PT o uso do caixa dois faz parte do “folclore político” do país.
Será tão insignificante assim essa prática? O que é caixa dois? Se for algo tão inocente assim porque os donos da fábrica Schincariol passaram 10 dias na cadeia e respondem processo por sonegação de 1 bilhão de reais? E os donos da chiquérrima loja Daslu porque foram presos com tanto estardalhaço?
Na verdade o caixa dois dos empresários ou dos profissionais liberais é considerado crime grave e com consequências sérias, pois subtrai clandestinamente recursos para evitar o pagamento de impostos que deveria custear nossa saúde, educação, infra-estrutura. Toda vez que compramos sem exigir nota, que pagamos a “cervejinha” para o guarda, o fiscal não nos multar estamos alimentando o caixa dois e diminuindo os recursos para o benefício coletivo.
Já o caixa dois eleitoral, não é feito para sonegar imposto dos partidos, pois eles são isentos, mas para ocultar a origem do dinheiro que vai financiar a campanha política. Se for dinheiro escondido, “não contabilizado”, de onde ele veio? Por que as pessoas, as empresas doam escondidas, se é legal doar para campanhas? De onde vem tanto dinheiro que aparecem por aí em cuecas, malas, caixas de bebidas??? Ele está sempre ligado à corrupção, à lavagem de dinheiro, à doação de empresas que doam seus caixas dois, fugindo dos impostos e ainda cobrando politicamente as benesses dos governos. Ninguém dá dinheiro escondido por pura “bondade”. É sempre um grande jogo de interesses comercial-eleitoreiros, onde sempre o perdedor é o povo. Cada concorrência fraudada, cada obra superfaturada, cada campanha publicitária fraudulenta significa milhões a menos investidos em benefício do povo. Cada doação de c ontraventores significa dinheiro sujo por tráfico, drogas, bebidas, jogos, armas, corrompendo o bolso de alguns e aumentando a insegurança de muitos. As decisões, as leis estão a serviço do poder econômico e não do povo. E o vírus da corrupção e da impunidade tomando conta de todo o país.
Os próprios juristas e o Tribunal Superior Eleitoral pediram estudos para endurecer a legislação punitiva. Até agora nenhum político brasileiro foi para a cadeia por usar dinheiro clandestino em suas campanhas. E como ninguém é punido, cresce o mar de impunidade. Chegam ao cúmulo de fazer pouco caso do crime que eles cometem e se vangloriar de mandar para a cadeia os empresários sonegadores. Talvez por eles não terem contribuído com seu partido... Como a culpa, a vergonha, saiu de moda substituída pela esperteza, pela delinqüência, pela corrupção... É a “lei do Gérson”, ou melhor, a regra básica do país desde a tomada de posse pelos portugueses, levada ao seu extremo: “O negócio é levar vantagem, certo?“.
Mas, o Brasil é grande, é rico apesar de tantos terem levado vantagem em toda a sua história. Agora “está na hora da gente acordar, está na hora da gente assumir, está na hora da gente mudar...” mudar o rumo das coisas. As últimas revelações da CPI$ do Correio são estarrecedoras e clareadoras, indicando uma das formas como o dinheiro dos "empréstimos” apareceu, apontando para uma das origens de dinheiro. Triste é comprovar que é dinheiro público que deveria estar financiando o bem estar do povo e não financiando caixa dois de campanhas, compra de políticos com mensalão e tantos outros crimes que estão sendo denunciados a toda hora.”
Esperamos sete anos para ver a impunidade no nosso tribunal SUPREMO!!! QUE VERGONHA!!!
Maria Joana Titton Calderari - membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, Especialização em Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC - majocalderari@yahoo.com.br

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