2 de ago. de 2010

COLUNADO PROFº MACIEL?: A Comcam acorda com corda ou concorda?


“Se uma fortaleza está situada num ar insalubre, um oficial da guarnição
deve cuidar de sua saúde, mas não pode desertar de seu posto. Edmund Burke
Uma avaliação política poderá levar a uma confusão entre
o que venha a ser virtude e o que venha a ser vício. A confusão natural ou provocada reside no eleitor, fomentada por ele mesmo ou alimentada pelos políticos, notadamente nos períodos eleitorais.
O movimento Acorda Comcam iniciou as atividades conclamando a participação da sociedade. Mesmo cabendo ressaltar a necessidade e consequente importância é o próprio movimento que propicia uma confusão, por querer ou não, a ponto de não ser ainda possível distinguir o vício da virtude. O dilema faz lembrar a conhecida ilustração do copo com água até a metade, os otimistas olham positivamente a metade com água; e os pessimistas apontam negativamente a metade vazia.
Eleger o maior número possível de candidatos da região é o que almeja o referido movimento. Candidatos da região, eis a questão a conter vícios e virtudes: o deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB) e o candidato a federal, ex-prefeito mourãoense Rubens Bueno (PPS) são da nossa região? A resposta, anuncia-se, será dada pelo Acorda Comcam.
Balbinoti concluiu o mandato de prefeito de Barbosa Ferraz em 1993 e depois transferiu o domicílio eleitoral para Maringá, quando disputou a prefeitura daquela cidade e, mesmo não tendo sido eleito, a referida disputa influenciou na eleição como deputado federal, mandato que exerce atualmente desde 1995, tendo obtido votações expressivas em várias cidades da COMCAM. Um episódio que não pode ser ignorado diz respeito à ascensão e queda meteórica do Balbinoti como “ministro da agricultura”, indicado pelo partido dele e pelo bloco ruralista, não chegou a ser nomeado pelo presidente Lula por causa de processos judiciais envolvendo o “ex que nunca foi”. Homenagens seriam feitas ao “futuro ministro”, placas e bajulações obviamente por enquanto esquecidas num armário qualquer.
O sítio Boca Santa, na análise do jornalista Sid Sauer há alguns meses, demonstrou não ser possível negar os vínculos sócio-políticos e empresariais do Balbinotti com a COMCAM, Independentemente de simpatias ou antipatias (novamente virtudes e vícios) negar tais vínculos chega ser uma estupidez.
Rubens Bueno iniciou a carreira política disputando a prefeitura de Peabiru em 1976 e a uma cadeira na Assembleia Legislativa em 1978. É eleito deputado estadual em 1982, tendo sido reeleito em 1986 com a segunda maior votação do Paraná. Em 1992 se tornou prefeito de Campo Mourão com 77% dos votos. Bueno transferiu o domicílio eleitoral e disputou a prefeitura curitibana em 2002. A transferência de domicílio eleitoral é a alegação para não considerá-lo mais da COMCAM. Trata-se de outra estupidez na medida em que não considera o exercício dos mandatos públicos de Bueno, capaz de credenciá-lo novamente a ser deputado da região. Não se pode negar, muitos que levantam a questão em surdina estão de há muito atrelados a candidatos que sequer tem ou tiveram qualquer vínculo com a nossa região. Novamente virtude e vício se invertem, vertem e talvez não se convertam.
É oportuno recorrer à história político-institucional da região. Milton Luiz Pereira, prefeito de Campo Mourão de 1963 a 1967, renunciou ao mandato no dia 29 de abril para assumir o cargo de juiz federal, transferindo residência e domicílio eleitoral. Foi ministro do STJ – Superior Tribunal de Justiça até se aposentar. Ele não deixou de se vincular a Campo Mourão, e o “fusca” dado pela população que tem até hoje é prova de tal relação. O doutor Milton levou e elevou o nome da nossa região no cenário nacional, Campo Mourão jamais deixou de manifestar gratidão e reconhecimento através de diversas homenagens. Seria cabível, caso atualmente ele se candidatasse a algum cargo, dizer que “não é mais da região?”.
Estar com os olhos bem abertos é essencial a todos da COMCAM, mas não é tudo. É fundamental prestar bem atenção e agir com critério e isenção, é o que se espera e se acredita.
Fases de Fazer Frases
Só é presa a atenção quando é solta a imaginação
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
No Parque do Lago a lâmpada externa do banheiro masculino e feminino fica o tempo todo acesa. Internamente existe a necessidade de o local ficar iluminado, mas a lâmpada de fora ficar acesa é um desperdício de energia e de dinheiro pago pela população. Ademais, o foco é incandescente, portanto consome mais. Bastaria uma pequena modificação no interruptor e o esbanjamento acabaria.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Ainda sobre o Parque do Lago, numa das entradas o piso há meses está se soltando, tijolos se desprenderam e continuam a se soltar, deixando o piso esteticamente feio e sobretudo podendo comprometer a segurança das pessoas. Ora, bastaria algumas horinhas e o problema também seria solucionado.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
“Só Deus vai me tirar da vida pública”, disse Paulo Maluf quando mais uma vez busca se eleger para continuar tendo foro privilegiado. Assim, impede a movimentação dos processos nos quais figura como réu em termos de improbidade administrativa. É, “só Deus”, pois o povo paulista sempre deu a ele votação expressiva ao parlamento, embora ele tenha perdido as últimas oito eleições que disputou para o executivo.
Reminiscências em Preto e Branco
A tecnologia sepultou um político, “urna é igual barriga de mãe, só se sabe o que tem dentro depois de aberta”. O ultra-som e a urna eletrônica que o digam.

José Eugenio Maciel, professor, advogado, sociólogo e membro da Academia Mourãoense de Letras.

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