11 de mai. de 2010

O PATRIOTISMO, a paixão e a emoção de jogar pela Seleção Brasileira


Depois de três anos e meio, 53 jogos, 89 jogadores..., a lista estava na boca de cada brasileiro. Em dois minutos e meio os dois telões do Salão Alhambra, do Hotel Windsor, tinham exibido para o Brasil os 23 nomes que Carlos Caetano Bledorn Verri havia escolhido. Grafite sim, Adriano não. Nada de Ronaldinho Gaúcho e Ganso - presentes entre os "sete reservas" - ou Neymar. Nada de surpresas de última hora. O Brasil passaria a conhecer melhor Heurelho, Donieber e Edinaldo (Gomes, Doni e Grafite). Era chegada a hora de falar.

Dunga entrou em campo – a mesa de entrevistas, espaço que nesses três anos viu tantos humores. Viu raiva, viu sarcasmo, viu sorriso, viu vários Dungas. O Dunga do octagon verbal – que enxergava em cada pergunta uma casca-de-banana.
O Dunga patriota, das metáforas militares. O Dunga pai de família, filho de mãe professora. O Dunga capaz de sacrificar tudo pelo país. Muitos Dungas que ali subiam, novamente, para o zênite treinador: explicar, para os 190 milhões de técnicos, o seu time. E lá foi Dunga, "olho no olho" com o torcedor, mirando na câmera para mandar seu recado.

A entrevista coletiva foi realmente, uma maratona. Quase 40 perguntas. Dunga suportou com fôlego. Acelerou aqui, freou ali... enxergou lobby em perguntas simples. Mas não perdeu a esportiva. Sentado entre o auxiliar-técnico Jorginho e o administrador Américo Faria, Dunga engatou a primeira às 13h17m. Começou singelo, no melhor estilo “Dunguinha paz & amor”.

Durante a maratona, o técnico da Seleção bateu na tecla do patriotismo. E procurou várias vezes falar diretamente ao torcedor: Torcedor, você precisa entender (...) Você em casa precisa saber (...)

Em três ocasiões repetiu que dizia “aquilo que ninguém queria ouvir”. Foi direto – disse que não era político. E foi filosófico – usando metáforas militares e sublinhando o discurso da pátria de chuteiras. Reclamou, porém, de alguma perseguição: - Tem gente que diz... se perder, ele vai ver. Isso é terrorismo. É ameaça.

Voltou no tempo para falar da Seleção do tetra... e da chamada Era Dunga. Mas no geral, apesar dos ocasionais jabs, manteve a esportiva. Quem chegou mais perto de perdê-la foi o auxiliar-técnico Jorginho diante de uma suposta comparação entre Pelé e Neymar e Ganso.

- O cara pergunta do Pelé! Você quer comparar o Pelé com quem? Neymar e Ganso com quem? Não pode. Isso é seleção brasileira, é nossa pátria. Gostei daquele comercial de sandália... em que o Lázaro Ramos diz: “Não fala do Brasil”. Ainda mais porque o cara era argentino.

Mas, ao fim da resposta, Jorginho sorriu e brincou – dizendo que “hoje era ele que ia ficar nervoso” e não Dunga. Abaixo, os melhores momentos da coletiva do treinador:

A palavra preferida: comprometimento
Quando a CBF me convidou, o presidente Ricardo Teixeira colocou que eu teria que fazer uma renovação, por uma série de fatores que todos conhecem: pela campanha na Copa, pelo fechamento do ciclo de jogadores vencedores. E foi muito importante ele me dar autonomia e suporte para tomar decisões. A gente pautou o comprometimento, a atitude, os jogadores chamando a responsabilidade, a paixão, a emoção de jogar na seleção. A realização do sonho de vestir a camisa da seleção. Saber da responsabilidade, do desgaste, da cobrança. O torcedor voltou a acreditar na seleção, a estar perto na seleção. O lobby que se faz para os jogadores estarem aqui não me frustra, não fico nervoso, bravo. Isso me deixa muito feliz, pois se todos querem vestir a camisa é porque ela é importante.
Fonte: Site Globo Esporte

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