31 de out. de 2009

COLUNA DO NERY THOMÉ: Para continuarmos sendo o Coração do Paraná


O jornalista Ilivaldo Duarte, em seu programa de rádio “Tocando de Primeira”, apresentado aos sábados, das 11h às 13 horas, na Rádio Rural AM, utiliza bastante o bordão “Campo Mourão – a capital do centro-oeste do Paraná”, e, assim como ele, outras pessoas públicas ou não, insistem em destacar a posição estratégica de nosso município em relação aos demais.
Há dez ou 20 anos, chamar Campo Mourão de capital do centro-oeste paranaense parecia bem próximo da realidade, afinal, era a cidade mais central de uma vasta região, reunindo ao seu redor diversos municípios, tendo, como representantes, três deputados estaduais e um federal. Hoje, nossa representatividade está reduzida a apenas um deputado estadual com base eleitoral na Comcam.
Por uma série de razões, entre as quais trapalhadas políticas e falta de mobilização da sociedade, o bordão acima utilizado está cada vez mais perdendo sua força, o que nos traz a pergunta: o que nos levou a perder a liderança política antes invejada? Por que nossos votos migraram para candidatos que não são da região e que, embora durante a campanha eleitoral insistam em prometer mundos e fundos para os municípios que fazem parte da Comcam, na hora de divisão das fatias do bolo poucas migalhas sobrem para os mesmos?
E não faltam lideranças políticas em Campo Mourão e municípios vizinhos. Falta é a visão da região para a importância de se votar em alguém que conhece de perto sua realidade. Tal situação deve-se, em parte, por não termos bem claro quais são nossos interesses regionais, de maneira clara, consciente e realista. Há mais de 30 anos, por exemplo, batemos na tecla da tão pedida pavimentação da estrada da boiadeira, como se a mesma fosse a salvação da Comcam. Mas há outros assuntos tão ou mais importantes que deveriam estar na pauta das entidades representativas e dos eleitores. É necessário cobrarmos, de nossas autoridades, ações mais eficazes para a geração do desenvolvimento econômico e social, programas que estimulem os municípios circunvizinhos a não apenas fazerem parte desta grande e vasta microregião administrativa, mas, principalmente, partícipes e co-responsáveis pelos seus êxitos e necessidades.
Portanto, para que sejamos levados a sério pelos governantes e parlamentares, precisamos ter definidas nossas bandeiras de luta, sendo que para isso é necessário a união das forças econômicas, polícias e sociais em busca de objetivos comuns.
Estamos nos aproximando de mais um período eleitoral importante, quando serão eleitos os deputados federais, estaduais, senadores e o Governador do Estado. É hora de colocarmos no papel quais as propostas que queremos para Campo Mourão e região; é hora de avaliarmos quais serão as conseqüências de votarmos neste ou naquele candidato; é tempo de examinar as promessas de campanha que certamente virão, verificando se as mesmas irão ou não colaborar com o desenvolvimento e o estímulo às vocações de nossa região.
Campo Mourão tem tudo para continuar sendo a capital do centro-oeste paranaense, mas para isso nós, eleitores ou não, precisamos ter claro a importância de carregar tal título, onde a união de forças políticas é muito mais importante do que picuinhas deste ou daquele partido. Quem sai ganhando não é este ou aquele prefeito, este ou aquele município e sim todos nós, que aqui residimos. E quando eu falo em força, eu me refiro a uma região que congrega 25 municípios e mais de 300 mil habitantes. Muita gente e muitos votos vindos direto do Coração do Paraná.

Nery José Thomé, é engenheiro agrônomo, jornalista e presidente da Associação dos Jornais do Interior do Brasil (ADI-BR).

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