15 de ago. de 2009

COLUNA DO NERY THOMÉ:Quando a família faz a diferença!


Quando ganhou a medalha de ouro nas últimas olimpíadas, o nadador César Cielo afirmou que devia sua vitória a seu pai, através do que chamou, na época, de “paitrocínio”. Hoje, após duas medalhas de ouro no Campeonato Mundial de Natação, realizado em julho, as imagens exibiam sempre uma constante – os pais, ela, formada em Educação Física, ele, pediatra, acompanhando cada braçada da vitória do nosso mais novo herói nacional
É impossível não olhar a cena do jovem atleta e sua família comemorando as medalhas conquistadas sem confirmar, mais uma vez, o papel de uma vida estruturada para o sucesso de qualquer ser humano.
Recentemente, uma das revistas com maior circulação nacional divulgou ampla matéria falando sobre a importância da participação da família para que os filhos tenham um bom desempenho na escola e no mercado de trabalho, sendo que as notas chegam a aumentar em 20% quando os pais participam da vida escolar e o risco de que haja o abandono escolar cai em 64%.
Entre as sugestões de participação da família, nada de novo, pelo menos entre aqueles que sabem que não adianta ser apenas pai e mãe, pois a educação é um caminho de via dupla, com ajuda mútua entre pais e escola. Entre as ideias apontadas pelos especialistas, está a presença de livros em casa, não apenas nas estantes, mas principalmente através de leitura acompanhada para desde cedo se desenvolva o gosto pela leitura. Um lugar tranquilo para os estudos; zelar pelo cumprimento das lições; orientar, sem dar resposta certa; dar importância ao tempo livre; comparecer à reunião de pais; conversar sobre o dia de seus filhos passado na escola; entre outras propostas foram apresentadas pela pesquisa.
Num mundo atribulado como o que vivemos, muitas desculpas podem surgir vinda daqueles que afirmam que é quase impossível acompanhar de perto a vida dos filhos nas escolas, mas o tempo que se perde depois, quando o mau caminho já foi tomado, pode ser muito maior e mais doloroso. É preciso destacar também que as escolas precisam aprimorar seus projetos com o intuito de trazer a família ao seu convívio, evitando reuniões demoradas e enfadonhas, fazer encontros mais individualizadas, pois cada aluno tem suas próprias características, além de atividades como piqueniques, passeios e outras ideias que podem aprimorar tal relação.
Não estou aqui dizendo que todos teremos filhos subindo em pódios olímpicos se nos dedicarmos mais à vida escolar de nossas crianças. Na verdade, a participação é apenas uma das chaves para a formação de um indivíduo e de um profissional de sucesso.
É claro que um pai chora de orgulho ao ver seu filho receber a medalha de ouro tão esperada, mas qual família não fica totalmente realizada ao ver que aquele que um dia mal dava seus primeiros passos hoje é um adulto independente financeira, profissional e emocionalmente.
Há várias medalhas de ouro a serem conquistados por nossos filhos todos os dias, mas, para isso, precisamos investir em sua educação e formação, mas não apenas financeiramente, quando há condições, mas, principalmente, através da presença, do apoio e da orientação.
No mês que comemoramos o Dia dos Pais, acho que César Cielo, o pai, já ganhou seu presente. São através de exemplos como os de Patrícia e César que mais uma vez podemos vislumbrar o remédio que nossa sociedade tanto necessita para escapar das armadilhas do mundo moderno, a família. E você, o que está fazendo pela sua?
Nery José Thomé, é engenheiro agrônomo e jornalista em Campo Mourão-PR

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